sábado, 2 de março de 2013

A Água








A Água e o Porto Isabel



"Alô oooo família

de Vila Isabel!

Chegou a hora!

Vamos trabalhar!?"



Ari Rodrigues

Há um universo aquático entre nós.

Eu falei, outro dia, sobre a água e o Porto na Vila. Alguns curtiram, outros torceram o nariz. Tudo bem! Volto ao tema cheio de idéias novas. Não pode ser diferente, quando falo de algo tão sagrado.

Eu gosto de ciências. Eu gosto de artes. Eu gosto de humanidades. Eu gosto de muita coisa, especialmente da vida que recebi neste plano. Vou sorvendo os aprendizados. Aprendi, por exemplo, que a escola (sistema formal de ensino) me sacaneou muito. Eu fui mau orientado na escola sobre uma série de assuntos importantes. Infelizmente o sistema de ensino formal continua sacaneando muita gente. Fique atento. Mas vamos ao cerne da questão. A água não está apenas em tres estados físicos no meio de nós. É exatamente isto. Esta coisa de sólido, líquido e gasoso é embuste e os físicos, os químicos, os alquimistas e magos, dentre outros sabem disto.



A água nossa de cada dia já foi tema aqui neste espaço e vai continuar sendo. Você leu o artigo "Burica"? É isto. Voce pode ir juntando as peças e formando o mosaico. Encontrei um amigo de longa data. Não nos víamos a mais de dez anos. A história é mais ou menos a mesma: Quanto tempo?! Como você está magro! Fez redução de estomago? E a política?O que está fazendo? E por ai vai o inquérito do meu interlocutor. Encontrar amigos é sempre muito bom. Mas aí, o cara fala: Cheguei agora de santa. Estou um pouco aqui e um pouco lá. Eu gosto muito daqui e gosto muito de lá. Estou com dois corações. Não sei o que faço. Eu não perdoei e lasquei: Água. Esta é a razão de voce estar bem aqui e lá. Você está bem e ai os lugares (que tem em comum o elemento água) também estão bem. E o inverso também é verdadeiro. Se voce não está bem aqui e está pensando em trocar de cidade para tentar uma reversão do quadro, esqueça. Pois levará o sofrimento sobre as costas. E sofriento é sofrimento. O sofrimento é teu e não do teu locus. Pense nisso.

Eu vivi um tempo em Canas, norte da Ilha de Florianópolis. Voce sabe qual a diferença básica entre Canasvieiras e o Porto Isabel? O Mar. A água já não está mais aqui. Tem uma coisa que é muito parecida: o comércio e os comerciantes ávidos pelo lucro fácil. A avenida Liberdade e a Avenida das Nações tem muitas semelhanças. Epa, só um pouquinho: lá já tem ciclovia e Mac Donalds. Eu lembrei daquele candidato que prometia (se eleito fosse) um Mac para a Velha Capital. Opa, chega. Eu prometi que não teclaria mais sobre esta casta (os intocáveis).

Eu concluo com uma mensagem para uma amiga lá do balneário: Voce vai sentir muita falta dos ares salinos no dia em que teus pés não pisarem mais este chão. Obrigado pela amizade, carinho e confianças dispensados. É isso. É comunicação. Somente isto, comunicação social. Comunicação virtual. Inter-relacionamento afetivo. O resto é paranóia dos olheiros de plantão que estão aqui só para dar uma policiadinha.

 
 
 
 
 

 

PAZ, amigo bicho. Mais uma questãozinha para concluir este: se voce protege alguns animais, por que mata outros para comer? Compaixão é a palavra chave. Busque entendimento, informação e libertação de todo o sofrimento. Namaste.

 

 

Para os apreciadores da história de Porto Alegre, visite:


http://lealevalerosa.blogspot.com.br/

 

 

 



 

 

 

 

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NOME AOS BOIS

Yoani Sánchez, a jornalista

Por Alberto Dines em 26/02/2013 na edição 735



 

Yoani não é blogueira. Blog não é ofício, nem status profissional, é formato de veículo. Ninguém diz "fulano é revisteiro", diz "fulano é jornalista" porque hoje pode estar num semanário e, amanhã, à frente de um vistoso blog.

A visitante cubana é correspondente de El País em Havana e colunista do Estado de S.Paulo. O diário espanhol segue desde a sua fundação em 1976 a linha socialdemocrata, o jornalão brasileiro é conservador. Prova de que o seu profissionalismo é bem avaliado.

O erro de qualificação parece insignificante, mas não é – desvenda os preconceitos e as discriminações que campeiam numa sociedade infantilizada politicamente como a nossa. A constatação vale tanto para os detratores como para seus admiradores. Ela está sendo usada como pretexto para um confronto arcaico, jurássico, que já deveria estar desativado.

Paixões confundidas

Yoani é uma ativista política, o governo cubano a reconhece como tal, por isso deixou de criar-lhe embaraços, permitiu a sua saída e – esperamos – o retorno. As recentes mudanças em Cuba chanceladas na presença dos irmãos Castro indicam que a democratização cubana precisará de gente como ela.

É uma idealista, os cubanos são idealistas, esta é uma das heranças benditas deixadas pelo regime de Fidel Castro. Na ilha ou aqui, os cubanos transmitem aos interlocutores uma sensação de consistência, dedicação, convicção. Yoani não destoa. Por isso ficou no país em que nasceu e não foi para Miami "fazer América".

Pretende arrecadar o dinheiro dos prêmios de jornalismo que ganhou no exterior nos últimos anos e com ele fazer um pequeno jornal. Não vai montar um "paladar" (nome tirado de uma novela brasileira que designa um bistrô legal montado em casa, numa varanda ou quintal). Ela sabe que não vai ganhar dinheiro, provavelmente perderá tudo, mas está criando a matriz de uma imprensa independente. Em Cuba, não no exílio.

Podem chamá-la de empreendedora, inovadora – este observador insiste em classificá-la como idealista. Tal como o senador petista Eduardo Suplicy, uma das figuras mais decentes da nossa cena parlamentar.

Yoani incomoda os truculentos e irrita os incendiários. Tranquila e atenta trouxe para as nossas militantes um modelito de despojamento e perseverança que valeria a pena imitar.





 

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