domingo, 31 de março de 2013

Paineira




Paineira
As Flores do outono são lindas.
Eu vinha caminhando pela Avenida Barreto Viana em direção à RS 040. Parêntese: A RS 040 também é chamada de ERS040, de Avenida Senador Salgado Filho e de Rodovia Tapir Rocha. Fico pensando no trabalhador que entrega as correspondências desta população. Complicado! Não é verdade!? Talvez isto ocorra devido ao labor parlamentar, muito afeito à denominação de logradouros e as homenagens diversas. Mas, voltando a plebe, e a magia da periferia, flores.
Caminhando pela Barreto, vi ao longe uma árvore belíssima. Copa florida e muito perfumada. Fiquei encantado. Queria saber mais sobre ela. Queria me aproximar e me relacionar com ela. Afinal de contas como resistir a uma bela, perfumada e encantadora espécie feminina? Parei e fitei (fiquei). Encantado. Mira, que bela e mágica fêmea. Mas eu queria mais. Eu queria saber pelo menos o nome dela. Foi então que avistei um cidadão vindo na minha direção: preto, velho e com um grande chapéu de palha na cabeça. Caminhava devagar, mas decidido no caminho. Eu perguntei: saberia o senhor me informar o nome desta árvore. Ele me olhou nos olhos e disse: paineira.
O sábio fala pouco. As vezes nem fala. O meu texto é (hoje) muito mais objetivo e claro (comparado a dantes). Como eu cheguei aqui? Higiene mental. Simples, mas bem difícil. Difícil porque as amarras do sistema te impulsionam em direção ao erro. Vou dar um exemplo: Em 1997 eu decidi dar destaque para um “ator social” muito discriminado na sociedade de consumo: o flanela. Pretendia mostrar que o guardador (e lavador) de automóveis é gente como a gente com qualidades e defeitos como os demais profissionais. Detalhe: por ser, na grande maioria, não branco e suburbano (preto e pobre) sofre diversos ataques daqueles que ocupam o topo da pirâmide social. O título era: “Estudo antropológico sobre a construção das subjetividades, trajetória e itineranças de um grupo de flanelas da cidade de Porto Alegre”. São cinqüenta páginas (padrão normas ABNT) no corpo do texto mais um caderno de anexos com quantidade quase idêntica de páginas. Pra que tanto conteúdo? Porque a academia exige. A nota? A. A orientadora? Cornelia Eckert. O original está aqui no meu colo. Hoje é história de vida de um buscador em direção ao sempre. E as flores?
Eu escrevi um poema denominado “Flores” (está no blog). Poucas palavras e uma mensagem: Amor. A diferença entre o dantes e o agora? Flores. Simples. Claro que é simples. Aqueles que dizem: “Não é simples”. Cuidado! São os detentores de poder (geralmente poder econômico) e eles tem um plano bem específico: dominar e escravizar você. Fique atento. Viva a magia das Flores do Outono. Elas são lindas e você também pode ser ENCANTADO.

JacquesJa
Az






 

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