Rubáiyát

Rubáiyát

 

As leituras necessárias o e amor no conto dos namorados.

A estação do desaceleramento continua a nos premiar com verdadeiras pérolas da existência. É, de fato, um outono radiante e ricamente iluminado. Vá lá fora e confirme. Luz! Muita Luz nesta manhã clara com cara de primavera (fora de época). Eu tenho na minha cabeceira uma coluna de livros. Leio diversos ao mesmo tempo. As vezes me atrapalho um pouco, descarto alguns e insiro outros. Mas a coluna está repleta da essência daqueles que decidiram doar as suas intimidades para a posteridade. Boas almas de literatos que, na sua grande maioria, já partiram para o sempre. Dentre eles eu quero destacar um irmão que se apresentou recentemente para mim: “Rubáiyát Omar Khayyám”. Ah! Você nunca ouviu falar em Rubáiyát Omar Khayyám? Tudo bem! Eu também não havia tido esta oportunidade (ainda). Mas, os deuses, levaram-me até uma determinada livraria e Omar estava lá me esperando. Eram centenas, quiçá milhares de livros espalhados naquelas estantes (prateleiras, armários. Gavetas, caixas, ...) e Omar me chamou. Estendi o braço e apanhei, calmamente, com uma mão cheia de dúvida uma porção de Omar. Veja! Veja você o que Omar me revelou, de pronto:

 

“Saberás por que clarina

Diariamente

O galo,

 

Entre o despedir-se da noite

E o esplendor da aurora?

 

Anuncia ele que foi virada

Outra página

Da tua vida

Na noite extinta.

 

E disso

Não tiveste notícia ..."

 

A literatura é uma “praia” muito aprazível. Além dos livros, eu leio alguns periódicos. O Jornal Diário de Viamão é um destes veículos de comunicação que me alimentam, frequentemente. As edições das quintas-feiras são sempre especiais, pois acesso a obra de uma escritora com um talento impar, colunista do DV. Ao abrir a página dois do referido jornal de seis de junho de dois mil e treze, uma pérola rara (raríssima, por assim dizer). Eu fico até acanhado de recorrer a tantas citações, mas terei que fazê-lo. Peço publicamente autorização para a artista Quésia Gracez, pois irei parafraseando, a partir deste ponto da minha “comunicação necessária”.

O conto dos namorados é o título desta obra literária rara entre nós. Você abre os jornais e lê sobre corrupção no governo. Liga a televisão e ouvi notícia sobre homicídios, roubos, furtos e assaltos. Acessa a internet e se depara com pornografia o tempo todo (muitas com máscara de erotismo). Portanto, o que você tem encontrado na mídia é violência, agressão, crimes, dor e sofrimento. Eu não faço parte disto. Surge então outras possibilidades como “O Caminho do Amor”(aqui eu estou dentro). Sim a frase é dela: A Escritora Quésia Gracez. O conto dos namorados não é apenas um artigo ou um texto qualquer. Vejo ali um tratado, um chamado, com nome de namorado. Gracez chama a nossa atenção com frases do tipo: “A grande maioria das pessoas não sabe mais como manifestar o amor”. Dói, mas é a pura verdade. Não é fácil elaborar frases que as pessoas não querem ouvir. E Quésia não se intimida com o “IBOPE” e segue, afirmando: “Eu sei que o tempo endurece alguns corações”. Então, veja que, além de talentosa, a autora é corajosa. Tem presença de espírito e muita lucidez para falar de um tema tão urgente e necessário: O Materialismo (como sustentáculo das relações sociais vividas no mundo contemporâneo capitalista).

Eu sou um indivíduo muito sensível. Penso que você já percebeu isto. Eu me afeto demais com grosserias, truculências, gritos e toda a forma de agressão dos “mais fortes”. Emociono-me, irrevogavelmente, com a beleza indizível do amor. Foi o que ocorreu na manhã de ontem. Mas como não se emocionar com construções verbais do tipo: “Corações feridos” ou “Amar o outro significa se tornar responsável por aquilo que cativamos”? Presente. Omar e Quésia Gracez estão presentes aqui e para ambos fica, na conclusão deste, o meu infinito muito obrigado. “A força que existe dentro dos nossos corações” (Q. G.) é a carga energética que realimenta INFINITAMENTE esta imensa “bateria” que chamamos de AMOR.