A Última Partida*
*Texto Publicado em 27/05/2012
A Cidade de Santa Isabel é formada por diversas vilas, bairros grupos
urbanos populares. A Vila Florença é uma parte da Santa Isabel. O futebol de
campo foi uma das atividades de interesse na minha infância.
O fenômeno urbano tomou conta de toda esta região onde vivemos, eu nunca
vi tanta obra civil acontecendo ao mesmo tempo. Isto é bom ou ruim? Para onde
caminhamos, enquanto cidade? Estamos diante de um crescimento sustentável ou
insustentável? Questões e mais questões para nós estudarmos. E as respostas?
Elas haverão de surgir durante o nosso percurso (Caminhando).
A Vila Florença é aquela comunidade que fica entre a Santa Isabel e a
Cecília. A Vila Florença não tem escola. A Vila Florença não tem creche (pública).
A Vila Florença não tem Supermercado. A Vila Florença não tem um monte de
coisas, mas tinha um campo de futebol e, no entorne dele, sociabilidades,
cultura, lazer, diversão, enfim encontro de amigos (comunidade reunida).
Minimamente organizada, havia ali também uma entidade associativa que
organizava as atividades esportivas e sociais, dentre elas uma escolinha
comunitária de futebol infantil. O esporte tem estes atributos de agregar,
reunir, mobilizar pessoas.
A minha infância foi muito simples. Vivia com os meus pais ali na Rua
Lisboa, esquina com Napoleão Bonaparte (Vila Miguelina). A minha mãe tinha um
armazém (Armazém Jacomini). Eu ajudava nas atividades comerciais da família.
Nas horas vagas, ficava ali pela frente, observando os transeuntes. Nos sábados
havia um fluxo intenso de florentinos (ou florencianos) que faziam o seu
deslocamento semanal até “a vila” (Isabel) para buscar abastecimento
(geralmente nos supermercados Dosul e no Sete Irmãos). Nos domingos a tarde,
dia de descanso e lazer, eu ia assistir os jogos de futebol que ocorriam no
Campo da Florença. Eu tinha um determinado interesse por futebol (hoje, não
mais). Pensava na possibilidade de ser um goleiro (Pode?). Coisas de criança.
A palavra mais bonita que eu conheço em antropologia é “Tradição”. Não
só a palavra, mas tudo o que ela encerra. Hoje eu fui no campo do Florença
(pedalando – Bicicletada.org). Conversei com amigos, testemunhei a “Tradição”
do lugar, me emocionei com os relatos da “Última Partida”. Fiz fotos, consultei
os mais antigos sobre questões diversas, enfim vivi (e revivi) aquela emoção de
ser comunidade que se encontra e exige espaços de encontro, de cultura, de
esporte e de lazer. A comunidade está prestes a receber do poder público um
novo equipamento urbano denominado “Praça”. Ouvi crianças que falavam em uma
pista de skate. Eu não sei se está previsto um equipamento deste tipo ali no
outrora Campo do Florença. Eu sei que o Bar do Carioca fechou. O mesmo ocorreu
com o Bar da Gringa. A chácara do Tio Zuza foi transformada em loteamento e o
Campo de Futebol abriu espaço para uma praça. A Praça do Florença. Saudosismo?
Não, urbanismo!
*Texto Publicado em 27/05/2012
Abaixo
os links para sites onde os temas aqui abordados podem ser aprofundados:
Pra não dizer que não
falei das flores - Geraldo Vandré (1968)
Tiririca – Florentina
BICICLETADA
Vídeos JacquesJa
Banco
de Imagens da Cidade de Santa Isabel
GABAR
ResponderExcluirNão é que eu quera me "gabar", mas responda rápido: Você conhece alguém que "cante" mais esta aldeia do que JacquesJa?
A ULTIMA PARTIDA
ResponderExcluirA ultima partida é uma das pérolas deste oceano.
DOSUL
ResponderExcluirPara nós o Dosul continua ali. Entende?
IMAGEM INÉDITA
ResponderExcluirA imagem publicada aqui é inédita. Registro de
JAQUES XAVIER JACOMINI.
Retrato de uma imagem em madeira que foi doada por um artista para a paróquia Santa Isabel.
Fazemos este trabalho por puro P R A Z E R.
Não recebo um centavo de comerciante.
Não presto favores para políticos.
Não fasso a corte de reis com mãos sujas.
É isso.
Mãe Divina
eu quero ser
um filho iluminado
me entrego em teu poder
para ser libertado.
Haverá JUSTIÇA.
Tenho certeza disto,
cada vez mais.
DITADURA
ResponderExcluirA ditadura terminou, mas os efeitos das chagas persistem. Os ditadores tem que responder pelos seus crimes (independente da cor da bandeira que empunharam).