Dois de Novembro, Dia de Finados
Está chegando o Dia de Finados. Mas o que é mesmo que representa este dia para nós ? Veremos !
Etimologicamente falando, a palavra “finado” denomina um indivíduo que faleceu ou representa uma adjetivação da noção de “defunto”. Mas as mães utilizam um termo parecido, dizendo fulano “finou-se”, para nomear a situação em que as crianças estão “finadas”. Veremos, então o significado de “Finar”: Acabar, findar, o mesmo que “Finar-se” que por sua vez significa definhar, consumir-se, falecer-se, morrer. Eu acho que não avançamos muito no entendimento da questão. Tentaremos novamente.
Antropologicamente, nas sociedades contemporâneas capitalistas, as noções de vida e morte, existência e inexistência estão associadas a sistemas culturais de valoração das condições de seres vivos e não vivos. Na esteira das ritualizações do homem moderno que encontra motivos para diversos rituais de passagem, os “finados” representam um grupo de pessoas que não possuem mais as mesmas propriedades que nós seres humanos vivos, pois estão mortos. Ritual de passagem da condição de “vivo” para a condição de “morto”. Grosso modo, a vida é associada a sentimentos de vigor, energia, potência física e mental, enquanto que a morte é associada a sentimentos de inexistência destas mesmas qualidades. No entanto, o imaginário social, propagando a idéia de vida (espiritual) após a morte (corpórea), cria um alento geral no sentido de que “nem tudo está perdido”, jargão popular muito usado para denominar este tipo de idéia. Sem querer entrar na polêmica das inúmeras impressões religiosas sobre o tema, destaco apenas estas idéias para dar a noção da dimensão cultural da problemática aqui abordada. Contudo, é bom lembrar uma análise fenomenológica que interpretaria este debate com bastante tranqüilidade: Bachelard, um dos maiores pensadores desta área, afirma: “A Vida é tão plena que há vida mesmo onde não há nada”.
Para concluir esta prosa, destacamos a necessidade de relativizarmos conceitos e valores já definidos pelo senso comum, quando falamos, por exemplo, sobre os “Finados”. Eu explico: a vida, grosso modo, pode representar o tudo, no entanto, pode representar o nada. Por sua vez, a morte pode representar o nada ou o tudo, dependendo da forma e do contexto em que estamos operando estes níveis de discurso e de entendimento da nossa realidade. Não devemos absolutizar noções, conceitos e valores, sob pena de estarmos podando as asas da nossa imaginação criadora.
Está chegando o Dia de Finados. Mas o que é mesmo que representa este dia para nós ? Veremos !
Etimologicamente falando, a palavra “finado” denomina um indivíduo que faleceu ou representa uma adjetivação da noção de “defunto”. Mas as mães utilizam um termo parecido, dizendo fulano “finou-se”, para nomear a situação em que as crianças estão “finadas”. Veremos, então o significado de “Finar”: Acabar, findar, o mesmo que “Finar-se” que por sua vez significa definhar, consumir-se, falecer-se, morrer. Eu acho que não avançamos muito no entendimento da questão. Tentaremos novamente.
Antropologicamente, nas sociedades contemporâneas capitalistas, as noções de vida e morte, existência e inexistência estão associadas a sistemas culturais de valoração das condições de seres vivos e não vivos. Na esteira das ritualizações do homem moderno que encontra motivos para diversos rituais de passagem, os “finados” representam um grupo de pessoas que não possuem mais as mesmas propriedades que nós seres humanos vivos, pois estão mortos. Ritual de passagem da condição de “vivo” para a condição de “morto”. Grosso modo, a vida é associada a sentimentos de vigor, energia, potência física e mental, enquanto que a morte é associada a sentimentos de inexistência destas mesmas qualidades. No entanto, o imaginário social, propagando a idéia de vida (espiritual) após a morte (corpórea), cria um alento geral no sentido de que “nem tudo está perdido”, jargão popular muito usado para denominar este tipo de idéia. Sem querer entrar na polêmica das inúmeras impressões religiosas sobre o tema, destaco apenas estas idéias para dar a noção da dimensão cultural da problemática aqui abordada. Contudo, é bom lembrar uma análise fenomenológica que interpretaria este debate com bastante tranqüilidade: Bachelard, um dos maiores pensadores desta área, afirma: “A Vida é tão plena que há vida mesmo onde não há nada”.
Para concluir esta prosa, destacamos a necessidade de relativizarmos conceitos e valores já definidos pelo senso comum, quando falamos, por exemplo, sobre os “Finados”. Eu explico: a vida, grosso modo, pode representar o tudo, no entanto, pode representar o nada. Por sua vez, a morte pode representar o nada ou o tudo, dependendo da forma e do contexto em que estamos operando estes níveis de discurso e de entendimento da nossa realidade. Não devemos absolutizar noções, conceitos e valores, sob pena de estarmos podando as asas da nossa imaginação criadora.
Artigo de autoria de Jacques Jacomini, publicado originalmente em 2003 no livro "Viamão".
Para ler o livro acesse o link abaixo:
http://acidadedesantaisabel.blogspot.com/p/raizes-de-viamao.html
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