segunda-feira, 23 de março de 2015

Jorges





Jorge(s)
Jaques


A história de Jorge.

Eu vou falar de Jorge. A Fé remove montanhas, diz o ditado popular.
As imagens historiográficas clássicas mostram dois lados bem definidos na formação (e fundação) dos lugares em que vivemos. Uma classe dominante (geralmente europeus) dirigindo um processo de “desbravamento” e uma massa de gente oprimida e escravizada, ou seja, a mão de obra que executa as tarefas (geralmente nativos escravizados, especialmente africanos). A chegada do povo africano na “terra brasilis” marca o início de um fenômeno religioso importante. Os negros não chegam sozinhos. Eles trazem consigo os seus deuses, guias espirituais e seres descorporificados (protetores dos oprimidos - orixás). Falar de Jorge, depois do que vivi hoje no meio do meu povo é uma tarefa auspiciosa. Jorge não é isto ou aquilo. Jorge não está aqui ou ali. Jorge não tem preço. Jorge não tem face. Jorge é simplesmente Jorge (Ogum).
O que resta a um oprimido senão reagir. Foi o que o nosso povo fez: REAGIU (a opressão e a humilhação), CRENDO. Sabiam que não estavam sós e, portanto, buscavam forças “superiores” para viver em um ambiente extremamente hostil e cruel. Jorge é o produto deste processo (mágico). Jorge só pode ser entendido dentro deste contexto histórico.  Estamos vivos, fortes e elevados após séculos de escravidão, de opressão e de infortúnios pelas mãos de Jorge.
Ao fundo ouço, além da sonoridade deliciosa da chuva lambendo o telhado, o canto da nação: ô, ô, ô, o! ô ô ô, o! É a comunidade reunida em torno do “Boteco da Vila”. La, La, laia! La, La, laia! Aqui da redação do blog vejo a quadra da vila, Vila Isabel. Jorge, Vila, Jaques. 1970, 2001, 2013. Jacó.
Hei de ver a Lua brilhar. Iluminar o nosso pavilhão. Sou da vila faz tempo e ninguém vai nos separar. Isso sim é Vila Isabel, canta o poeta da vila. Água da Bica (Bel). Falo e assino. Canto e profetizo. Abril blog. Está tudo começando agora.

Texto Publicado em 28/04/2013
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