domingo, 29 de março de 2015
sábado, 28 de março de 2015
terça-feira, 24 de março de 2015
Marino Balbino dos Santos
Marino Balbino dos Santos (1934-2015)
Tio Marino foi uma
importante figura pública do Porto Isabel. Teve destaque como um dos
fundadores da Escola de Samba Unidos da Vila Isabel.
Nascido em Porto Alegre,
em 22/01/1934, filho de Apolinário e Maria dos Santos.
Entrevista concedida à Revista Viamão
Revista Viamão: Como era sua vida em
Porto Alegre?
Marino Balbino dos Santos: Perdi meu
pai muito cedo, quando eu tinha 7 anos de idade. Então, tive que ajudar minha
mãe no sustento da casa. Aos 8 anos, já trabalhava. Minha mãe lavava roupa para
fora e eu fazia as entregas. Também trabalhei como entregador de alfaiate e dos
14 aos 18 anos, numa indústria de rádios, até ir para o exército. Estudei
apenas até a 5ª série, na Escola Inácio Montanha. Depois do exército, fui
jogador de futebol do time do Banco Agrícola Mercantil.
Revista: Por que veio para Viamão?
Marino: Vim em 66. Estava difícil a
vida na capital, então, comprei um terreno na Santa Isabel. Nesta época, eu
trabalhava na Prefeitura de Porto Alegre, no setor de limpeza. Mesmo mudando de
cidade, continuei trabalhando lá, só que agora na Usina do Gasômetro, como
estivador e segurança.
Revista: Quando surgiu o interesse pelo
Carnaval?
Marino: Desde os 14 anos, quando um
irmão mais velho, que já fazia parte do bloco, me levou para conhecer Grupo
Carnavalesco Embrutos. Acompanhei este grupo por quase 15 anos, onde fui até a
presidência. Durante o tempo em que estive no grupo, vi passarem de 30 para
mais de 50 os integrantes. Quando o Embrutos parou, eu também parei, pois não
sai mais em nenhum outro grupo, apenas acompanhava as escolas.
Revista: Como surgiu a Escola de Samba
Unidos da Vila Isabel?
Marino: Já existia uma vontade de fazer
uma escola na vila, mas nunca saía. Eu só observava, estava a pouco tempo com
minha família aqui, e não me metia, não tinha muitas amizades ainda.
Então quando comecei a fazer mais
amigos aqui, começamos também a fazer excursões para o terminal de Cidreira.
Alugávamos um ônibus, convidávamos o pessoal e íamos para a praia. Isso foi por
uns 6 ou 7 anos. A gente juntava o pessoal, levava uns instrumentos e fazia um
carnaval! O pessoal foi se entusiasmando e foi daí que surgiu a Escola Unidos
da Vila Isabel. Nesta época, eu já levava 4 ônibus para Cidreira, e tinha uma
gurizada boa, alguns, como eu, estão até hoje na Escola.
Algumas pessoas têm uma versão
diferente de como surgiu a escola, e que outra pessoa teve a idéia de fundar a
Vila. Isso porque, quando fundamos e a Escola, em 1979, eu fui vice-presidente.
Mas eu comecei e segurei a Escola.
"Temos muito a agradecer e
respeitar essa figura que sempre esteve ativo no quadro da escola. Tio Marino
representa o elo do passado com o presente e também com o futuro da Vila
Isabel. Ele é exemplo de força, raça e ser humano do bem. Vida longa ao Tio Marino!"
- Cláudia Gutierres
Fonte
segunda-feira, 23 de março de 2015
Jorges
Jorge(s)
Jaques
A história de Jorge.
Eu vou falar de Jorge. A Fé remove montanhas, diz o
ditado popular.
As imagens historiográficas clássicas mostram dois
lados bem definidos na formação (e fundação) dos lugares em que vivemos. Uma
classe dominante (geralmente europeus) dirigindo um processo de “desbravamento”
e uma massa de gente oprimida e escravizada, ou seja, a mão de obra que executa
as tarefas (geralmente nativos escravizados, especialmente africanos). A
chegada do povo africano na “terra brasilis” marca o início de um fenômeno
religioso importante. Os negros não chegam sozinhos. Eles trazem consigo os seus
deuses, guias espirituais e seres descorporificados (protetores dos oprimidos -
orixás). Falar de Jorge, depois do que vivi hoje no meio do meu povo é uma
tarefa auspiciosa. Jorge não é isto ou aquilo. Jorge não está aqui ou ali.
Jorge não tem preço. Jorge não tem face. Jorge é simplesmente Jorge (Ogum).
O que resta a um oprimido senão reagir. Foi o que o
nosso povo fez: REAGIU (a opressão e a humilhação), CRENDO. Sabiam que não
estavam sós e, portanto, buscavam forças “superiores” para viver em um ambiente
extremamente hostil e cruel. Jorge é o produto deste processo (mágico). Jorge
só pode ser entendido dentro deste contexto histórico. Estamos
vivos, fortes e elevados após séculos de escravidão, de opressão e de
infortúnios pelas mãos de Jorge.
Ao fundo ouço, além da sonoridade deliciosa da
chuva lambendo o telhado, o canto da nação: ô, ô, ô, o! ô ô ô, o! É a
comunidade reunida em torno do “Boteco da Vila”. La, La, laia! La, La, laia!
Aqui da redação do blog vejo a quadra da vila, Vila Isabel. Jorge, Vila,
Jaques. 1970, 2001, 2013. Jacó.
Hei de ver a Lua brilhar. Iluminar o nosso
pavilhão. Sou da vila faz tempo e ninguém vai nos separar. Isso sim é Vila
Isabel, canta o poeta da vila. Água da Bica (Bel). Falo e assino. Canto e
profetizo. Abril blog. Está tudo começando agora.
Texto Publicado em 28/04/2013
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segunda-feira, 16 de março de 2015
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