domingo, 4 de novembro de 2012

VIRTUAL




VIRTUAL

As novas tecnologias da inteligência disponibilizam um imenso universo a ser explorado: o ambiente virtual (computadorizado). A distância entre o cidadão urbano contemporâneo e a natureza só faz aumentar.
As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática é o título de uma obra muito importante. O autor é Pierre Lévy, filósofo francês, que tem um extenso trabalho nesta área do pensamento. Dentre os diversos livros do autor citado, eu destacaria mais dois. O primeiro é “A Revolução Contemporânea em matéria de Comunicação”, na qual Lévy faz uma análise da evolução da humanidade, abordando o desenvolvimento da Internet e a digitalização da informação. O segundo é o livro “O que é o virtual?” no qual é analisado o fenômeno da virtualização da sociedade contemporânea. Mas qual é mesmo a novidade? Eu tenho uma tese! Já chego lá.
O homem urbano contemporâneo é parte integrante do ambiente natural, mas parece que está cada vez mais longe desta consciência. O distanciamento homem – natureza é cada vez maior devido a um sistema social e econômico que privilegia ambientes extremamente artificiais (que imitam a natureza, mas não tem a sua essência). Penso que a matéria plástica (o plástico e todos os seus derivados) é o símbolo maior desta sociedade de consumo em que vivemos. E o que é mesmo natureza? Lembra do artigo Natura? Pois é, então não vou retornar ao que foi ali desenvolvido. Apenas destaco uma frase para relembrar: A Natureza é a força ativa que estabeleceu e conserva a ordem natural de tudo quanto existe.
O virtual não é algo novo, pois existe desde os primórdios da civilização. Digo isto, pois parto da definição do Aurélio para quem virtual é tudo aquilo que está pré-determinado e contém todas as condições essenciais à sua realização. O que o mercado está vendendo como novidade é a virtualidade mediada pela informática. O endereço eletrônico (ou e-mail), a home Page, o user name são as ferramentas do cidadão que vive conectado as novas tecnologias da inteligência. A questão não é simplesmente negar que inúmeros benefícios foram proporcionados pela informática, mas chamar a atenção para o fato que existe um ambiente virtual não-informatizado disponível para ser acessado. O homem moderno mergulhou profundamente no ciberespaço cunhando uma nova identidade e passa a desprezar e desconsiderar a dimensão espiritual (virtual não-informatizado). As conseqüências disto: indivíduos com rotinas super aceleradas, vivendo longe da essência natural que os concebeu. A doença (especialmente depressão, fobias e stress) é a queixa mais comum de quem tenta realizar o caminho de retorno. Somos seres com um corpo (dimensão física) e uma alma (dimensão espiritual) e necessitamos de alimento para estas duas faces. Ater-se apenas a primeira face é um equívoco (uma espécie de insanidade, eu diria).
                                                                                                              28/05/2010




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