NATIVOS
Nativos somos todos nós que estamos aqui construindo este lugar que estou chamando neste momento de “Porto Isabel” (depois explico o porque da denominação). Índios também são chamados de “Nativos”. Vejam as semelhanças: índios, nativos, povos não brancos (esta é a nossa seara).
Willian Metz é aluno da sétima série (sexto ano) da Escola Estadual de Ensino Médio Barão de Lucena. Outro dia, durante as atividades de reforço, inspecionava as lições de língua portuguesa no seu caderno. Pasmem, os senhores, a professora propôs a leitura de um texto onde afirmava que os índios eram “Cruéis”. Eu fiquei boquiaberto, estupefato, perplexo, para não dizer indignado. Como pode ocorrer algo assim. Não vou entrar no mérito dos “métodos pedagógicos” da referida professora. Mas eu preciso aproveitar esta oportunidade para chamar a sua atenção sobre o que ainda ocorre entre nós. Depois de séculos de exclusão, opressão, aculturação e acantonamento, sofridos pelas nações indígenas ainda há quem os revele como os “vilões” desta história. Dito de outra forma, o homem branco “continua pitando um quadro” onde coloca os nativos com as cores da crueldade expressa nos seus corpos. Willian tem 12 anos incompletos. A professora fala que o índio é um povo cruel. A criança acredita, pois respeita a “autoridade intelectual” impressa na figura magisterial da professora. Claro, que graças ao “Reforço Escolar” refizemos esta barbaridade conceitual.
A conclusão deste, em saudação ao “Dia do Indio”, vem com o texto que denominei “Etnocentrismo e Arte Indígena Hoje”.
ETNOCENTRISMO e
A ARTE INDÍGENA HOJE
A arte indígena representa, entre outras coisas, a resistência cultural de um povo diante do intenso processo de aculturação imposto pela cultura ocidental-capitalista-moderna. As nações indígenas, expostas a este processo, ao qual estão submetidos a vários séculos, resistem bravamente.
A moderna e ampliada divulgação dos princípios estéticos e artísticos dos “povos civilizados” (ou modernos) não consegui anular e extinguir algumas expressões artísticas dos “povos não civilizados” (ou primitivos). Para entender esta dinâmica e esta tensão entre estas etnias, culturas e cosmologias citadas é inevitável que, em primeiro lugar, se tenha informações corretas e concretas a cerca de alguns aspectos históricos que cercaram este processo de tensão e negação das culturas “mais adiantadas” sobre as “culturas menos desenvolvidas”. Em segundo lugar, é necessário que se empenhe um profundo exercício de relativização cultural e étnica, sem o qual incorremos em um equívoco sério que denomina-se “Etnocentrismo”.
Sobre este último aspecto cabe ressaltar que a relativização que falamos aqui é urgente e necessária não só em se tratando da relação índio X homem branco, mas de toda e qualquer aceitação “de outros grupos” que não o nosso próprio. As atitudes etnocêntricas, bem como as sociocentricas, culturocentricas, etc. servem exatamente para as propostas atrozes de extinção de raças, branqueamento de povos, limpezas étnicas. Sobre estas experiências sabemos que historicamente elas têm sido propagadas pelo mundo todo com um saldo extremamente negativo para toda a humanidade.
Arte é vida, arte é a construção real de um imaginário e uma cosmologia sonhada e construída no íntimo dos seres humanos. Antes de classificá-la com base em juízos de valor estritamente particulares e pessoais, é necessário que busquemos o entendimento e a compreensão dos seus significados, símbolos ou até mistérios.
Arte é vida, arte é a construção real de um imaginário e uma cosmologia sonhada e construída no íntimo dos seres humanos. Antes de classificá-la com base em juízos de valor estritamente particulares e pessoais, é necessário que busquemos o entendimento e a compreensão dos seus significados, símbolos ou até mistérios.
Veja o que é dito aqui pelos Kaiowa sobre a chuva, o vento, os raios, os trovões, etc.
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=4938
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_zoo&view=item&item_id=4938
Kaiowa no Blog
Vamos Cantar?!
Todo Dia Era Dia de Índio
Baby do Brasil
Composição : Jorge Ben
Curumim,chama Cunhatã
Que eu vou contar
Curumim,chama Cunhatã
Que eu vou contar
Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Curumim,Cunhatã
Cunhatã,Curumim
Antes que o homem aqui chegasse
Às Terras Brasileiras
Eram habitadas e amadas
Por mais de 3 milhões de índios
Proprietários felizes
Da Terra Brasilis
Pois todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril
Mas agora eles só tem
O dia 19 de Abril
Amantes da natureza
Eles são incapazes
Com certeza
De maltratar uma fêmea
Ou de poluir o rio e o mar
Preservando o equilíbrio ecológico
Da terra,fauna e flora
Pois em sua glória,o índio
É o exemplo puro e perfeito
Próximo da harmonia
Da fraternidade e da alegria
Da alegria de viver!
Da alegria de viver!
E no entanto,hoje
O seu canto triste
É o lamento de uma raça que já foi muito feliz
Pois antigamente
Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio
Curumim,Cunhatã
Cunhatã,Curumim
Terêrê,oh yeah!
Terêreê,oh!
http://letras.terra.com.br/baby-do-brasil/365271/
Nenhum comentário:
Postar um comentário